quarta-feira, 28 de maio de 2014

Moscovo. Parte 1 / Moscow. Part 1






Moscovo (GMT +3. Horário de Verão). O nosso primeiro desafio foi trocar no aeroporto duas notas de 5000 rublos (+/- 100€) que tínhamos. Ninguém nos quis trocar porque eram muito elevadas e poucos falavam inglês. Ironicamente, só na cadeia americana do Burger King é que nos trocaram.
Tudo está em círilico portanto vamos tentando interpretar o alfabeto ou tentando confirmar direcções com alguém a quem apontamos o sítio para onde queremos ir no mapa. Não sei se é por termos as mochilas às costas, mas mesmo quem não sabia falar inglês tentava ajudar-nos. Eles falam em russo e nós em português e lá nos fazemos todos entender!
Apanhámos o comboio do aeroporto que tem ligação ao metro e, por fim, começámos a compreender o metro e quando já nos encaminhavamos para o nosso hostel, depois de termos ido buscar os bilhetes para o trans-mongoliano, estávamos nós parados na saída do metro a olhar o mapa e um rapaz de 13 anos abordou-nos em russo. Só quando lhe perguntei: “English?” é que começou a falar num inglês óptimo.
Os russos falam sempre primeiro em russo, muito convictos e, ao contrário dos portugueses, não falam mais alto ou mais devagar quando não os estamos a compreender. Só depois falam inglês, se souberem.
Então, o miúdo viu o nosso mapa e levou-nos ao hostel porque disse que era perto da sua casa. Foi bastante simpático da parte dele!
Foi assim que falámos um pouco com ele e nos disse que todos aprendem inglês na escola mas há uns professores melhores que outros.
Primeiro impacto: contra as minhas expectativas sinto-me bem em Moscovo, as pessoas tentam ser prestáveis e ajudar-nos.
À noite: o sol põe-se por volta das 22h. Às 22h30 ainda o céu tem réstias de luz. Há muita gente nas ruas com cervejas na mão ou em jardins onde se sentam em grupos a beber e a rir. Parece-me que aproveitam os finais de dias claros e quentes ao ar livre e entre amigos.
O hostel é basicamente a casa de uma senhora russa que vive com os seus gatos. A casa está cheia de tralha, enfeitada com luzes de Natal que piscam no corredor e os sapatos ficam à entrada. Mas a senhora, Galina, pôs-nos à vontade e prontificou-se a ajudar-nos no que puder.
O apartamento é velho, o prédio tem tralha pelas escadas todas, portas blindadas e espelhos grandes em frente a elas. Quer-me parecer que são quase todos assim, os prédios têm sempre um aspecto velho e sujo.
Há russas muito bonitas e, no geral, há muitas mulheres bem arranjadas que usam saltos muito altos e mini-saias. Mas, como em todo o lado, também há gordas, magras, mais bonitas e menos.
As portas dos prédios, lojas e cafés abrem para fora. Se há um bar que dá para a rua, a porta abre e quem vai no passeio leva com ela!
Os jardins estão sempre cheios (Moscovo também tem muita muita gente), as ruas são movimentadas, há imensa gente em todo o lado. Sinto a cidade segura por isso mesmo. Gosto do espírito da cidade, de sentir que as pessoas aproveitam o dia, de ficarem ao ar livre, de dançarem tango na rua, de rirem e beberem cervejas com amigos no parque, de virem falar connosco em russo e quando vêem que não percebemos ainda ficam atrapalhadas e pedem desculpa.

Gostei muito da Catedral de S. Basil, parece uma colorida casa de bonecas feita de doces e suspiros.

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Moscow (GMT+3). Our first challenge was to exchange two notes of 5000 rubles (+/- €100) at the airport. Nobody wanted to exchange because the value was very high and few persons spoke English . Ironically, only at the American Burger King our money was exchanged.
Everything is in Cyrillic so we keep trying to interpret the alphabet or to confirm directions that someone pointed out for the place we want to go on the map. Do not know if it's because we have our backpacks, but even those who do not speak English tried to help us. They speak Russian and we speak Portuguese and somehow we understand each other!
We caught the train from the airport which is connected to the metro and finally started to understand the subway and when we were going to our hostel after getting the tickets for the Trans-Mongolian, we stopped at the exit of the metro looking at the map and a 13 year old boy approached us in Russian. Only when I asked him: "English?" he began to speak it perfectly.
The Russians always speak first in Russian, very convinced and, unlike the Portuguese, they don't speak louder or slower when  not being understood. Only then speak English, if they know.
So, the kid saw our map and took us to the hostel because he said it was near his home. It was very nice of him!
That was how we talked a bit with him and he told us that everyone learns English in school but there are better teachers than others .
First impact: Against my expectations I feel good in Moscow, people try to be helpful and help us.
At evening: the sun sets around 22h. At 22.30 the sky still has strings of light. There are many people on the streets with beers in hand or in gardens where they sit in groups drinking and laughing. It seems to me that they enjoy the warm bright evenings outdoors, among friends.
The hostel is basically the home of a Russian lady who lives with her ​​cats. The house is full of junk, decorated with Christmas lights flashing in the hallway and the shoes are left at the entrance. But the lady, Galina, put us at ease and offered to help us in whatever she can.
The apartment is old, the building is full of stuff allong the stairs, and the steel-plated doors have large mirrors in front of them. It seems to me that almost every building is this way, with a dirty old appearance.
There are very beautiful Russian women and, in general, many of them dress well and wear high heels and mini-skirts. But like everywhere, there are fat, thin, more and less beautiful women.
The doors of buildings, shops and cafes open outwards. If there is a bar that faces the street, the door opens and who goes on the sidewalk can be hit!
The gardens are always full (Moscow also has a lot of people), the streets are busy, there are lots of people everywhere. I feel safe in the city for that. I like the spirit of the city, the feeling that people are enjoying the day, going out, dancing tango in the street, laughing and drinking beers with friends in the park, and I like when they come to speak to us in Russian and when they realize that we do not understand, still apologize.
Also enjoyed the Cathedral of St. Basil, seems a colorful doll house made out ​​of sweets and candys!

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