sábado, 15 de novembro de 2014

Índia, autocarros, tuk-tuks e templos - O 1º impacto // India, buses, tuk-tuks and temples - The first impact

Tuk-tuk drive

Streets of Madurai
Gandhi Memorial Museum from outside
Aterrámos em Madurai, no Sul da Índia, um aeroporto modesto, com um multibanco que não funcionava. Foi fácil arranjarmos um tuk-tuk que nos levasse ao hotel por um preço modesto e que ainda parásse num multibanco para conseguirmos algum dinheiro.
Ficámos num hotel bem localizado junto ao templo principal da cidade: Meenakshi Amman Temple, um local grandioso e considerado por muitos como o ponto alto da arquitectura do sul da Índia, tão vital para a região como o Taj Mahal para o Norte da Índia. E nós não lhe tiramos nenhum mérito! Desde logo sentimos a profunda espiritualidade dentro daquele local, com pessoas a meditar, famílias sentadas no chão a comer e outras pessoas de fé a visitar os seus deuses. É um local escuro e é necessário descalçarmo-nos à entrada. Por dentro das torres do templo há um pátio circundante onde, naquele dia, faziam uma cerimónia festiva com uma espécie de carro alegórico, o qual todos queriam tocar. Na sua frente ia um magestoso elefante a passo vagaroso. Já o tínhamos visto anteriormente dentro do templo. São criaturas imponentes e sensíveis ao mesmo tempo. Transmitem força e doçura, e essa paridade atrai-nos, fazendo-nos ficar a contemplá-lo por longos momentos.
Algo novo foi quando o elefante defecou, algumas pessoas foram a correr pisar as suas fezes e chamar os filhos para o fazerem. São animais sagrados, e como tal, tudo o que advém deles poderá ser portador de boa sorte.
Para o dia seguinte visitámos o Gandhi Memorial Museum de entrada gratuita e que vale muito a pena pela quantidade de informação sobre toda a história da Índia desde a altura das colonizações até à vida e luta de Gandhi pela sua independência. As vestes que ele usava no momento em que foi assassinado estão lá presentes. Foi um lugar onde saímos mais ricos depois da sua visita.
Até ali tinha sido fácil arranjarmos transportes pois no hotel diziam-nos quanto deveríamos pagar e chamavam o tuk-tuk. Depois do museu tivemos a nossa primeira experiência neste país, com um senhor que não nos dizia quanto queria mas apenas: “No problem! You like money!”. Mostrou-nos várias fotos de turistas que gostaram dos serviços dele, para apelar ao nosso sentimento (o que é muito vulgar na Índia), e assim sendo é díficil o diálogo quando se parte do príncipio que todos os turistas são iguais e/ou podem despender do mesmo dinheiro... A caminho do hotel, parámos ao pé de um polícia na rua que disse algo ao nosso motorista. Este perguntou-nos se tínhamos uma esferográfica e foi dá-la ao polícia. Ficámos sem caneta e sem perceber nada!
Madurai tem muito tráfego, barulho e buzinadelas. É bom para nos acostumarmos a deambular por entre o trânsito nesta “dança” de movimentos fluídos e comum na Índia.
Dia 14 de Outubro apanhámos um autocarro para Kochi, no Estado de Kerala. Eram um bus nocturno, todos sentados e sem AC. Janelas abertas, 30 graus e siga! 

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Landed in Madurai, South India, a modest airport with an ATM that did not work. It was easy to get a tuk-tuk to take us to the hotel for a modest price and still stop in an ATM to get some money.
We stayed in a well located hotel next to the city's main temple: Meenakshi Amman Temple, a majestic place and considered by many as the highlight of South Indian temple's architecture, so vital to the region as the Taj Mahal to the North of India. And we didn't take it any merit! We immediately felt the deep spirituality within that place where people were meditating, families sitting on the floor eating and other people with their own faith visiting their gods. It is a place with low light and you need to take off your shoes at the entrance. Inside the temple towers is a surrounding courtyard where, on that day, was taking place a festive ceremony with a kind of wooden car with a deity, which everyone wanted to touch. In the front of it, a majestic elephant was slowly walking. We already had first seen it inside the temple. Elephants are imposing and sensitive creatures at the same time. It transmit us strenght and sweetness, and this parity attracts us, making us contemplate it for long moments.
Something new to us was when the elephant dropped a poop, some people ran to step on it and called the children to do the same. These are sacred animals, and as such, all that comes of them may be the bearer of good luck.
For the next day we visited the Gandhi Memorial Museum, entry is free, it worths ugelly for the amount of information on the history of India from the time of colonization to the life and struggle of Gandhi for independence. The clothes he wore when he was assassinated are exhibited there. It was a place from where we left richer after its visit.
Until then it had been easy to get transport because the hotel where we were staying told as how much we should pay and called for the tuk-tuk. After the museum we had our first experience in this country with a man who not told us how much he wanted but only: "No problem! You like money. " He showed us several photos of tourists who liked his services, trying to get into our hearts (very common in India), so it is a difficult dialogue when it is assumed all tourists are equal and can spend the same amount of money... On our way to the hotel, we stopped near a policeman on the street who said something to our driver. Then our driver asked us if we had a pen and gave it to the police man. We ended up with no pen and wondering what happened!
Madurai has a lot of traffic, noise and honks. It's good to get used to stroll through the traffic in this fluid movements "dance" common in India.
October 14, we catched a bus to Kochi, Kerala State. It was a night bus, all sitting and without AC. Windows open, 30 degrees and go!

domingo, 9 de novembro de 2014

The magic farm and our workaway experience in Sri Lanka

Talking with Tanya from Russia
Turtoises
Squirrel in the tree
Tango, the nice doberman
Zé and Govingha pushing for the engine to start working
Half coconut 
Flora's details
The workers
The farm
A nossa semana perto de Kotadeniyawa, no Sri Lanka, a fazer workaway (trabalho em troca de alojamento e comida) numa quinta eco-sustentável foi uma experiência memorável.
Fomos extremamente bem recebidos por todos. Cada refeição era motivo para longas conversas e discussão de novas ideias e argumentos com o Feizal, marido de Jeanne, e nossos anfitriões.
Conhecemos pessoas interessantíssimas como o Dr. Ranil Senanayake, ecologista, e as Tanyas da Rússia, que faziam um documentário sobre estilos de vida e sustentabilidade no Sri Lanka.
Os finais de tarde eram lindos e calmos... O céu enchia-se de cores num degrade gracioso e a tranquilidade de um final de dia quente sentia-se.  O silêncio era interrompido apenas pelas aves e pelas folhas das árvores que abanavam suavemente...
Às vezes começava a chover repentinamente a meio da tarde e parávamos os trabalhos ficando debaixo do alpendre a observar. Faz calor, os pássaros recolhem, os esquilos também e as tartarugas passeiam contentes no seu espaço. Tudo é adorável naquele sítio e o que se aprende com a natureza e a paz que se sente é inigualável.
O Sol punha-se às 18h, mas os dias começavam cedo e consequentemente, eram enormes. Havia tempo para trabalhar, dormir a sesta, passear e termos momentos para dedicarmos a nós.
Às vezes, de tarde, conversávamos com a Jeanne, a nossa anfitriã. Fotógrafa e escritora. Uma pessoa inspiradora e com um sentido de humor delicioso. Com os seus 80 e picos anos, não lhe daríamos a sua idade pois mantinha-se activa, segura e cheia de histórias divertidas. Durante os dias lá já me encontrava apegada ao seu sotaque britânico, não fosse ela uma dutchburger (etnia do Sri Lanka de descendentes de colonizadores, neste caso, holandeses). Os seus 5 cães, 3 dos quais uns adoráveis dobermen que ela trouxe para a quinta para substituírem os seguranças. Nunca tinha pensado em ter cães dessa raça, mas não hesitou em trazer dois pois iam cortar-lhes as orelhas e caudas para venda.
Os trabalhadores da quinta, eram as pessoas com quem passávamos mais horas, mas não falavam inglês, a não ser o Govindha, com quem aprendíamos palavras em singalês e tamil. Gente humilde e sorridente, que todos os dias nos recebiam com um sorriso e nos ofereciam chá nas pausas do trabalho.
Na quinta, não se comem nem se matam animais. Todos os que lá vivem têm um propósito, inclusive o boi Mr. T que puxa a carroça da vegetação para alimentar os búfalos. Os excrementos destes, servem para produzir biogás que vai directamente para a cozinha e permite a utilização do fogão.
Num futuro, eles pretendem ser independentes de qualquer forma de energia e produzir os seus próprios recursos, na esperança que muitas mais pessoas sigam o seu exemplo.
Durante a nossa estadia observámos imensos animais que nos deliciaram! Aves, insectos, geckos, borboletas, um lagarto Thalagoya (Varanus bengalensis), uma assustadora cobra Naja que pôs todos os trabalhadores em sobressalto e a Attacus atlas, a borboleta nocturna com maior área de superfície de asas de todas as Lepidoptera.
Foi difícil deixar este lugar magnífico e fica a promessa de um retorno. Esperamos!

Era hora de seguir para a Índia e ver que novas surpresas nos esperavam!

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Our week near Kotadeniyawa in Sri Lanka, doing a workaway (work in exchange for accommodation and food) on an eco-sustainable farm was a memorable experience.
We were extremely well received. Each meal was an excuse for long conversations and discussion of new ideas and arguments with Feizal, Jeanne's husband, and our hosts.
We met very interesting people like Dr. Ranil Senanayake, ecologist, and Tanyas from Russia, who were making a documentary about lifestyles and sustainability in Sri Lanka.
The late afternoons there were beautiful and calm... The sky was filled with a graceful degrade and the quietness of a hot day's evening was felt. The silence was broken only by the birds and by the leaves of the trees that were gently shaking...
Sometimes it suddenly began to rain in the afternoon and we stopped the works to go under the porch observing. It was hot, the birds were gathering, squirrels too and the turtoises were wandering happy in their space. Everything is lovely in that place and what we learned with nature and the peace that we felt was incomparable.
The sun was setting at 6PM, but the days began early and consequently were huge. We had time to work, take a nap, walk around and had also time to dedicate to ourselves.
Sometimes, in the afternoon, we used to talk with Jeanne, our hostess. Photographer and writer. An inspiring person and with a delightful sense of humor. With 80 something years, we would not give her that age because she remained active, secure and full of fun stories. During those days there I was already wedded to her British accent (she was a dutchburger - Sri Lanka's ethnic group of descendants of colonizers, in this case, Dutch). Their 5 dogs, 3 of which were adorable dobermen that she brought to the farm to replace the security. She had never thought about having dogs of this breed, but did not hesitate to bring two of them because someone would cut off their ears and tails for sale.
The farm workers were the people whom we spent more hours with, but they speak no English, except Govindha, who teached us words in Sinhalese and Tamil. 
Humble and smiling people, who received us every day with a smile and offered us tea during the work breaks.
In the farm they do not eat or kill animals. Every animal who lives there has a purpose, including the bull Mr. T that pulls the cart with vegetation to feed the water buffaloes. Their excrements are used to produce biogas which goes directly to the kitchen and allows people to cook.
In the future, they would like to be independent from any kind of energy and produce their own resources hoping that many more people follow their example.
During our stay we saw a lot of animals that delighted us! Birds, insects, geckos, butterflies, Thalagoya lizard (Varanus bengalensis), a scary cobra Naja which scared all the workers and Attacus atlas, a moth with the biggest wing surface area of all Lepidoptera.
It was hard to leave this wonderful place and we left the promise to return. We hope!!!
It was time to continue to India and see what new surprises are reserved for us!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O que deve uma mulher levar para uma viagem longa? // What should a girl take for a long travel?

Higiene Feminina
Para se viajar tantos meses ou anos é importante manter a coisa simples e limitarmos o número de artigos a trazer connosco. É relativamente fácil encontrar o que precisamos em qualquer outro país, por isso não vale a pena vir carregada de produtos. Nestas situações há mesmo que aprender a abdicarmos do que não é importante.
Em alguns países ou situações a higiene pode ser complicada, portanto é recomendável não esquecer nunca de andar com um rolo de papel higiénico, toalhitas, líquido desinfectante para as mãos e pensos higiénicos.
Na Mongólia, se se ficar muito tempo num gher ou com uma família nómada, não haverão casas de banho com água canalizada. Algumas famílias não têm nada, outras têm uns buracos a fazer de sanita. A água vão buscá-la ao rio e é preciosa.
Durante o transiberiano se se passar muitos dias no comboio também não há duche disponível, portanto as toalhitas foram sempre as minhas melhores amigas tanto para a higiene íntima como para limpeza da cara.
Na China, Sri Lanka e Índia muitos dos hotéis e hostéis em que ficámos não fornecem papel higiénico aos hóspedes. Em vez disso, têm baldes ou pequenas mangueiras para nos lavarmos. É cultural e é assim que o fazem. Se quisermos papel higiénico, melhor trazer o nosso.
Em relação a produtos de higiene como produtos para banho, champôs, condicionadores, pastas dos dentes, cremes hidratantes, etc., em todos os países por onde passei foi fácil encontrá-los em lojas específicas ou no supermercado. Sri Lanka e Índia foram, até agora, os países com os produtos mais baratos e normalmente têm sempre alternativas ayurvédicas, feitas com produtos naturais e não testadas em animais e que são incrivelmente mais baratas do que os outros produtos de marcas conhecidas.
Um amaciador e creme para os olhos totalmente naturais e não testados em animais custaram-me à volta de 1 euro cada no Sri Lanka.
Pensos higiénicos podem ser encontrados nos supermercados, embora em alguns países não seja fácil encontrar dos finos e prácticos a que estou habituada. Na Índia consegui comprar uns parecidos. É mais díficil encontrar tampões em países como Sri Lanka ou Índia.

Que produtos levo comigo?
Normalmente trago apenas champô, amaciador, desodorizante, creme hidratante com protecção UV para a cara e outro para o corpo (tudo em embalagens de 100ml no máximo). Desta vez, e como era uma viagem por um tempo mais longo, trouxe mais alguns cuidados como, uma pequena embalagem de tónico facial (50ml), creme para olhos, lábios e creme para as mãos. Trouxe também uma embalagem pequena com máscara para o cabelo (100ml), spray capilar protector de UV e vitamina D para cutículas e unhas. 
Para o duche, optei por sabonete. Dura mais tempo e às vezes recebemos um grátis do hotel!
Na depilação mantenho a coisa simples: máquina depilatória para usar no WC do hotel sempre que possa. Em caso de não ser possível (falta de fichas eléctricas, tempo ou casas de banho partilhadas) uso gillete. 
Para o cabelo, esqueci escovas e secador. Trago um pente pequeno e hidrato o cabelo alternando o condicionador com a máscara hidratante que trouxe numa embalagem pequena.
Não trouxe maquilhagem, verniz para unhas ou acetona.
Tudo pode ser renovado ao acabar um produto. Depende das necessidades, assim como da pessoa!
Sorrir e optimismo continua a ser o melhor remédio contra o envelhecimento! 
Boas errâncias!

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Women's hygiene
To travel many months or years it is important to keep it simple and limit the number of items to bring with us. It is relatively easy to find what we need in any other country, so it's not worth it come loaded with goods. In these situations we really have to learn to abdicate what is not important.
In some countries or situations hygiene can be complicated, so it is recommended never forget to bring toilet paper, wipes, hand sanitizer and sanitary towels.
In Mongolia, if you’ll stay for a long period in a gher or with a nomadic family, there will be no bathrooms with running water. Some families have nothing, others have some holes to make the toilet. They get the water from the river and it is precious.
During the Transiberian if you’ll spend many days on the train there is no shower available, so the wipes were always my best friends both for personal hygiene and for cleaning the face.
In China, Sri Lanka and India, many of the hotels and hostels where we stayed did not provide toilet paper for guests. Instead, have small buckets or hoses for the wash. It is cultural and that's how they do it. If you want toilet paper, it’s better to bring your own.
Regarding the hygienic products such as bath products, shampoos, conditioners, tooth pastes, creams, moisturizers, etc., in all the countries where I have been it was easy to find them in specific stores or in the supermarkets. Sri Lanka and India were, until now, the countries with the cheapest products. You can also find ayurvedic solutions made ​​with natural products and not tested on animals which are incredibly cheaper than the other products of known brands.
A softener and cream for the eyes totally natural and not tested on animals cost me around 1 euro each in Sri Lanka.
Sanitary towels can be found in supermarkets, although in some countries it is not easy to find the fine and practical that I am used to... In India I managed to buy similar ones, although it is more difficult to find tampons there and in Sri Lanka.

Which products do I carry with me?
Usually I only take with me shampoo, conditioner, deodorant, moisturizing cream with UV protection for the face and other one for the body (all in packs of 100ml maximum). This time, and as it was a trip for a longer time, I brought some more extra products as a small package of facial toner (50ml), eye cream, lip and hand cream. Also brought a small container with moisturizing mask for the hair (100ml), hair spray with UV protection and Vitamin D for cuticles and nails.
For the shower, I chose soap. Lasts longer and sometimes we receive a free one from the hotel!
About waxing I keep it simple: depilatory machine to use in the hotel toilet whenever I can. In case this is not possible (lack of electrical plugs, time or shared bathrooms) I use gillete.
For the hair, I left back brushes and the dryer. Brought a small comb and hydrate the hair alternating conditioner with the moisturizing mask that brought in a small package.
Brought no makeup, nail polish or acetone.
Everything can be renewed when the product ends. It depends on the needs as well as on the person! 
Of course smiling and optimism still are the best remedies against aging!
Happy wanderings!
Me with a sweet chinese girl in Datong, China