sexta-feira, 20 de março de 2015

Hampi


Monkeys on the climb to Matanga Hill

 Details of Hampi

The wonderful view from Matang Hill. The picturesque sight from the top comprises the Tungabhadra River, the Kodanda Rama temple, the Veerbhadra temple and the Turthu canal.
Stone chariot in the Vithala Temple Complex
Worker keeping the floor clean of weeds
Vithala Temple Complex
Stepped tank
Lotus Temple
José sketching at Elephant Stables
          
Steps of the Mahanavami Dibba pyramid
Streets of Hampi

Making offerings to the gods. Being grateful for the water.
Sunset at Hemakuta Hill
Elephant Stables
View to  Virupaksha Temple
Woman in a small village near Hampi
Boy selling postcards and guides that stopped to talk with us 
Chegámos a Hampi às 7h30 da manhã, depois de 8h30 no sleeper bus que nos surpreendeu pela positiva! De um lado do autocarro tem camas de casal e do outro camas individuais, todas com portas de correr para se ter alguma privacidade e descanso. Este autocarro tinha inclusive fichas de electricidade e a nível de higiene não estava tão mau como poderíamos espectar! 
A esta altura da viagem, reflectimos sobre o nosso percurso na Índia, mas ainda não conseguimos perceber se gostamos dela ou não. Há muito que aprender e ver ainda para se reflectir sobre este ambiente em que a Índia nos envolve, as suas pessoas e todos os estrangeiros que a procuram por diversos motivos, desde a espiritualidade, até aprendizagem, interiorizações, buscas pessoais, novos começos...há de tudo. Conhecemos pessoas que vieram à Índia por um curto período e acabaram por voltar para aprofundar o seu yoga ou simplesmente para ficarem mais tempo num local que gostaram. Outras deixaram tudo para trás, foram viver para um ashram, sem dinheiro ou posses e algumas enfrentam dificuldades para sair agora dessa opção.
Mas Hampi pareceu-nos um local onde se pode ficar por meses, sendo, no entanto, uma pequena aldeia de terra batida e poucas infra-estruturas. Foi por isso fácil deitar cedo e acordar com o Sol para percorrer as ruas estreitas mas cheias de lojas de artesanato e vestuário, ou tomar o pequeno-almoço num dos agradáveis terraços com almofadas e mesas no chão para ficarmos a relaxar ao ritmo suave de Hampi.
Ali senti-me a aprender a ouvir ainda melhor o meu corpo, a criar um ritmo que gostaria de ter e que sei ser difícil em países com distracções nocturnas ou no nosso, com amigos para encontrar ao fim do dia e fins-de-semana, internet e tv. 
Mas passar por estas experiências também nos faz querermos mudar algumas coisas no nosso ritmo e fazer alterações ao nosso estilo de vida, sabendo do que é necessário prescindir para estarmos melhor.
Descobrimos Hampi porque alguém com quem falámos nos recomendou e, apesar do desvio, valeu a pena! É um dos locais Património da Humanidade da UNESCO e fica localizada no estado de Karnataka. 
Entre os seus montes e vales, o que caracteriza o local são os seus mais de 500 monumentos e ruínas a visitar de bicicleta ou tuk-tuk. Os mais próximos da vila visitam-se a pé, passando por rebanhos de ovelhas e cabras e macacos brincalhões (que estão por todo o lado). Há bastantes locais com maravilhosas vistas para as ruínas e de onde se observa o pôr e o nascer do Sol.
Foi um encanto para nós percorrer aquelas ruínas, observar tudo com atenção e subir a lugares altos para ver as vistas. Sentia-se o sossego e podíamos ficar horas sentados a contemplar...
Como todos os locais na índia, Hampi também é feita das pessoas que lá vivem. Algumas podem ser um pouco intrometidas porque querem vender algo (ou na sua loja ou uma tour de tuk-tuk ou bicicleta, ou até mesmo crianças cheias de lábia que vendem postais e guias), mas outras não têm qualquer interesse senão estar um pouco connosco a conversar ou partilhar um momento, e é dessas que melhor recordamos...
Hampi fica na memória pelo seu estilo de vida tranquilo e ritmo diário sereno. Cheia de cantos que nunca conheceremos, infindáveis detalhes nas suas imensas ruínas de palácios, mercados, pavilhões e palácios reais, monumentos, estátuas... e incontáveis pores-do-Sol.

//

We arrived in Hampi at 7:30 am, after 8:30 on the sleeper bus that surprised us positively! On one side of the bus it has double beds and on the other side, single beds, all with sliding doors to have some privacy and allow us to rest. This bus had electricity and hygiene level was not as bad as we could expect!
At this point of the trip, we reflected on our journey in India, but we still have to decide if we like it or not. There is still much to learn and see so we could think about this environment that surrounds us, its people and all foreigners who come to India for various reasons, from spirituality, to learning, personal searches, new beginnings... We can find all the reasons! We know people who came to India for just a short period and eventually they returned to deepen their yoga or just to spend more time in a place they loved. Other left everything behind, went to live in an ashram, without money or possessions and some are now struggling to get out of that option.
But Hampi seemed to us a place where we could stay for months even if it's a small village of dirty roads and almost no infrastructures. 
It was so easy to go to bed early and wake up with the Sun to go through the narrow streets full of craft shops and clothing stores, or to take breakfast in one of the nice terraces with tables and cushions on the floor. Just relaxing in the smooth rhythm of Hampi .
There I felt learning to hear even better my body, creating a rhythm that I would like to have and which I know is difficult in countries with night distractions or in our own country, where our friends live and meet us in the evenings and weekends, or where we have internet and tv.
But go through these experiences also makes us wanting to change some things at our pace and make changes to our lifestyle, knowing what is necessary to leave behind for being better.
We found Hampi because someone we spoke to recommended it to us and despite the deviation on the way, it was worth it! It is one of the UNESCO heritage sites of the World and is located in the state of Karnataka.
Among its hills and valleys, what characterizes the place are its more than 500 monuments and ruins to visit by bike or tuk-tuk. The nearest to the village can be visited on foot, passing flocks of sheeps and goats and playful monkeys (which are everywhere). There are plenty of places with wonderful views of the ruins and where we can see the sunset and the sunrise.
It was a charm for us navigate those ruins, observe everything carefully and climb to high places to see the sights. We could feel the quietness and spend hours seated just contemplating...
Like all places in India, Hampi is also made of the people who live there. Some may be a bit nosy because they want to sell something (or in their store or some tuk-tuk or bicycle tour, or even children selling postcards and guides), but others have no interest but be a little with us to talk or share a moment, and it is these people that we better remember...

Hampi stays in memory for its peaceful lifestyle and serene daily rhythm. Full of corners that we will never know, endless details in its immense ruins of palaces, markets, pavilions, royal palaces, monuments and statues...and countless sunsets.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Bangalore (Bengaluru)

26.10.2014
Traffic detail

Cows in the garbage

Bull Temple

View from a rooftop

De Munnar para Bangalore a viagem fez-se num autocarro de lugares sentados e um pouco degradado. Calharam-nos os últimos lugares da carreira, que por acaso, também coincidiam com os lugares mais à traseira. Isso significou algumas coisas: as cadeiras não eram reclináveis como as outras, os solavancos das estradas sentiam-se ao ponto de se levantar o rabo do lugar e umas senhoras francesas, de alguma idade, que viajavam com mochilas grandes de uns 30 quilos, resolveram colocar as malas (que nem elas próprias conseguiam carregar) no corredor ao pé de nós (porque os indianos disseram que não tinham lugar para as nossas malas nos compartimentos exteriores e dentro do autocarro não havia qualquer espacinho para malas grandes) e então as malas passavam o tempo a escorregar.
A viagem fez-se, chegámos a Bangalore pela manhã. Tínhamos lido que haviam umas tours estatais pela cidade, e como estávamos ali só a fazer escala para Hampi, pareceu-nos uma boa oportunidade, mas primeiro tratámos de encontrar a estação dos autocarros de onde partia o que precisávamos de apanhar para o próximo destino. Com alguma dificuldade devido a más indicações e confusões linguísticas, lá chegámos. Sorte a nossa que as tours podiam ser compradas precisamente ali!
Tínhamos tempo, por isso tomámos o pequeno-almoço, inspeccionámos a área da estação, comprámos os bilhetes para Hampi que seriam ao fim do dia, e encontrámos um depósito de bagagens onde deixar as nossas mochilas por algumas horas, levando connosco só o que era valioso.
De Bangalore, a tour de meio dia organizada pelo Karnataka State Tourism Development Corporation partia às 14h e visitava o Museu da Ciência, Palácio de Tipu, o Bull Temple, o Jardim Botânico Lalbagh (é mais um jardim com entrada paga para onde os indianos vão conviver. Sujo e desarranjado), Vidhana Soudha (visto de fora no bus) e o Gavi Gangadhareshwara Temple. Este último, um lugar de devoção a Shiva, conhecido pelo alinhamento perfeito do Sol com o templo em determinada altura do ano. Tem um altar dentro de uma gruta pequena, estreita e húmida. Valeu a pena conhecer. 
As visitas aos locais eram rápidas, o guia falava em hindu e inglês e para além do bilhete da tour que era bastante em conta, tínhamos de pagar entrada em alguns locais. Pudemos concluir que o Palácio de Tipu foi, de todos, o que achámos que menos valia o preço da entrada.
A visita valeu a pena para nós, que tínhamos pouco tempo na cidade, e foi divertido irmos com um grupo de turistas indianos. Bangalore é uma das maiores cidades da India, sendo a 3ª cidade mais populosa e o 5º maior agrupamento urbano da Índia, é confusa, caótica e suja. Sendo uma importante metrópole e líder de desenvolvimento tecnológico no país, não deixa de ser difícil e de requerer tempo para as deslocações dentro da cidade. 
Caminhámos um pouco sozinhos para fazer tempo até à tour e deparámo-nos com ruas cheias de montes de lixo e cocó de vaca. Animais todos sujos a comerem do lixo, trânsito desordenado e ao qual devemos prestar atenção, ruas cheias de gente que passa e polícias corruptos que mandam parar o trânsito, apreendem as motas tirando-lhes a chave para os condutores não fugirem e levam os veículos para dentro do edifício, para passados alguns minutos, os seus condutores estarem a sair de lá com elas novamente (o que se passa no meio não sabemos. Apenas vimos um condutor dar dinheiro a um polícia e ele deitou-o para o chão e levou a mota à mesma).

Quase às 20h regressámos à estação de autocarros para jantar e fazer tempo. Estava um pouco nervosa e expectante. Iria ser a nossa primeira viagem na Índia num autocarro com camas, e a última experiência, na China, não tinha sido muito positiva...

//

From Munnar to Bangalore the trip was on an old seated bus. We took the last places, and by chance, it also coincided with the last seats on the bus. This meant a few things: the chairs were not reclining like the others, the bumps of the road were really felt at the point we lifted our butt of the seats several times and some French ladies, of some age, traveling with large bags of 30 kilos each, decided to put the bags (even them couldn't carry that weight) in the hallway next to us (because the Indians said they had no place for our bags in the outer compartments and inside the bus there was no space for large suitcases) and then the bags were slipping over us all the time.
The trip was over, we reached Bangalore in the morning. We read that there were some state tours through the city, and as we were there just to put into port to Hampi, it seemed like a good opportunity, but first we dealt with finding the station where the bus we needed was leaving to get to the next destination. With some difficulty due to bad directions and linguistic confusions, we got there. Lucky for us that tours could be bought precisely there!
We had time, so we took breakfast, inspected the area around ​​the station, bought the tickets to Hampi that departure in the end of the day, and found luggage storage where to leave our bags for a few hours, taking with us only the valuable stuff.
In Bangalore, the half-day tour organized by the Karnataka State Tourism Development Corporation left at 2 pm and visited the Science Museum, Tipu's Palace, Bull Temple, Lalbagh Botanical Garden (it's more like a paid entrance garden where peolple meet. Dirty and deranged), Vidhana Soudha (seen from outside the bus) and the Gavi Gangadhareshwara Temple. The latter, a place of devotion to Shiva, known for perfect alignment of the sun with the temple at one time of the year. It has an altar inside a small, narrow and damp cave. It was worth knowing.
Site visits were fast, the guide spoke in Hindi and English and in addition to the tour ticket which was quite into account, we had to pay entry in some locations. We concluded that the Tipu Palace was, of all, the one that doesn't worth the ticket.
The visit was worth it for us, we had little time in the city, and it was fun going with a group of Indian tourists. Bangalore is one of the largest cities in India, being the 3rd most populous city and the 5th largest urban grouping of India, is confusing, chaotic and dirty. Being a major metropolis and technological development leader in the country, it is still difficult and require time for travel within the city.
We walked a little alone to make time for the tour and we came across streets full of garbage and cow poop. Dirty animals eating garbage, disorderly traffic and to which we should pay attention, crowded streets passing and corrupt cops who have bikers stop, seize the bikes taking the key from it preventing people from escaping and takes the vehicles inside the building, after a few minutes, the drivers are out there with them again (which happens in the middle we do not know. Just saw a driver giving money to a policeman and he throw it down and took the bike).

Almost at 8 pm we came back to the bus station for dinner and make time. I was a little nervous and expectant. Would be our first trip in India on a bus with beds, and the last experience, in China, had not been very positive ...