sábado, 19 de março de 2016

Caminho de Santiago - O que levar na mochila

Estamos quase de partida e que melhor maneira de começar o Dia Internacional da Felicidade senão a iniciar mais um Caminho até Santiago?

O tamanho recomendável da mochila é entre 35 a 40 litros e obviamente as coisas a levar também variam consoante a época do ano e a duração do caminho.
Nós nunca fizemos o caminho por mais de 15 dias portanto o que levamos não varia muito. Da primeira vez lembro-me que levei coisas a mais e isso paga-se com o cansaço e dores musculares ao fim do dia, portanto este é um excelente exercício de desapego e de aprendermos a cingir-nos ao essencial.
Lembrando ainda que há quem leve kit para comer (normalmente os albergues têm loiças e nós nunca nos defrontámos com esse problema. Desta vez optámos por levar um Spork (colher/garfo)) e há quem leve detergente para lavar a roupa (normalmente se precisarmos de o fazer, usamos sabonete das mãos/corpo). Já tive problemas de tornozelos inchados e não tinha medicamentos para o problema, mas é importante não esquecer que não vamos estar assim tão isolados, e facilmente poderemos recorrer à ajuda de outro peregrino ou a uma farmácia.

  • Credencial do peregrino
  • Saco Cama light
  • Bolsa de cintura para por os pertences quando saímos do albergue
  • Impermeável para a mochila e outro light para nós ou poncho com espaço para a mochila (no período de chuvas)
  • Botas confortáveis e impermeáveis
  • Agulha e linha para as bolhas
  • Ligaduras elásticas no caso dos tornozelos incharem
  • Pensos para feridas e bolhas (podem ser comprados posteriormente se necessário)
  • Recipientes de 100ml de shampoo, gel de banho e creme hidratante
  • Escova e pasta de dentes de viagem
  • Pente pequeno
  • Canivete suíço com pinça, faca, caneta, tesoura e lima
  • Lanterna pequena (opcional. Os telemóveis já têm isso)
  • Paracetamol, anti-inflamatórios e repelente (no verão)
  • Corta-unhas
  • 1 rolo de papel higiénico
  • Desodorizante
  • Lenços de papel ou preferencialmente de pano
  • 2 Camisolas polares para vestir juntas e substituir o casaco ou 1 Casaco impermeável com interior polar separável (inverno)
  • Meias de caminhada sem costuras q.b.
  • Roupa interior q.b. (pode levar-se só dois pares e ir lavando)
  • 1 a 2 t-shirts ou camisolas de alças (depende da época)
  • 1 long sleeve
  • 1 par de calças de caminhada que sequem rápido ou calças impermeáveis
  • Toalha de banho pequena e de secagem rápida (microfibra)
  • Fato de banho (no verão dá jeito para nos banharmos nos rios e praias)
  • Chinelos ou sandálias para o banho e para calçar no albergue
  • Chapéu, gorro ou lenço (depende da época)
  • Luvas (inverno)

Coisas do Zé

No caso feminino levei também:
  • Calças leves para dormir e caminhar (no verão opto só pelas leggings e não levo outras calças)
  • T-shirt ou polar para dormir (depende da época)
  • Creme hidratante para cara e lábios
Coisas da Susana
Artigos opcionais de gostos pessoais:

Eu levo:
  • Máquina fotográfica Canon 7D com objectiva Canon 50mm e grande angular Sigma 10-20mm f/4.5. A objectiva extra guardo na mochila e a máquina tem uma bolsa protectora em poliéster para andar à tiracolo;
  • 2 baterias para a máquina (optei por não levar o carregador);
  • Caderno de notas e caneta;
  • Carregador do telemóvel;
  • Livro digital no telemóvel.


O Zé leva:
  • Caderno/Diário gráfico, caixa de aguarelas, pincel de água e materiais riscadores a gosto (neste caso, como quero levar o menos possível e a caixa de aguarelas pesa um pouco, decidi levar 1 caneta preta resistente à água, espessura 01, para os desenhos em que uso aguarela, 1 caneta preta pilot 0.25 para os desenhos em que sei que não vou usar aguarela e 1 caneta 01 sepia resistente à água que quero explorar em mais desenhos;
  • 2 molas para prender as folhas no caderno;
  • Telemóvel para a eventual foto e registo das etapas do caminho;
  • Boina de cortiça que dá para o sol e para a chuva miudinha.
  • Livro digital no telemóvel.



Comida que levamos sempre connosco: Maçãs para o dia (vão-se comprando mais depois), água de 1 litro, galetes de milho, barras energéticas de chocolate preto da área viva do Continente, mix de frutos secos.

Importante: Durante o caminho fazer o mínimo lixo possível e não deitar nada para o chão!

quinta-feira, 3 de março de 2016

A Casa da Cerca

Há umas semanas passámos pela Casa da Cerca em Almada para conhecer o espaço e encontrar amigos. O dia fez-se feio e chuvoso. Estava muito vento e frio e por isso não convidou a ficarmos no jardim muito tempo... Mas deu para umas rápidas fotos e um desenho e para perceber que o espaço é muito agradável, com uma maravilhosa vista para Lisboa e um café com coisas de encher os olhos (e a boca!), atendimento simpático e uma esplanada óptima em dias de sol.
Vista da Casa da Cerca. 
Como Centro de Arte Contemporânea, é também um centro de investigação e divulgação de arte onde se organizam exposições e actividades.
Estacionamento fácil nas proximidades e sinalização para a Casa tornam o acesso simples, mas nada melhor que colocar no Google Maps, já que hoje em dia podemos fazê-lo! 

Pode acompanhar-se a agenda e as novidades aqui: Casa da Cerca



Zé a desenhar

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ruas Floridas 2015

Entre 1 a 9 de Agosto de 2015 decorreram as Ruas Floridas no Redondo e nós fomos visitar esta festa cheia de cor! Se este ano houver de novo este evento, fica aqui o gostinho para que possam ir visitar o Redondo.
A festa das Ruas Floridas é completamente ao ar livre pelo que é um evento ao qual os cães podem aceder. Nós levámos o Sputnik connosco, sempre com a trela por causa das outras pessoas. Comemos em esplanadas e dormimos em casa de família que vive perto, mas o Redondo é uma localidade a que se pode chegar em menos de 2h de Lisboa, portanto este pode ser um programa de um dia, se houver forças e vontade para isso!



"As Ruas Floridas são um evento bienal de base popular, cuja tradição remonta ao século XIX e consiste na decoração das ruas da vila de Redondo com flores e outros objectos elaborados em papel colorido. Os residentes de cada rua organizam-se e escolhem um tema, cabendo a coordenação geral ao Município de Redondo."



"​No corrupio de gente atarefada, no entrar e sair de casas e casões, no constante frenesim que dura meses sente-se a corrente eletrificante destes percursos que só a noite sabiamente acalma, retomando pela fresquidão da manhã o seu vigor. Os "cabeças" e as suas gentes entre noites mal dormidas e a falta de apetite sonham com o dia seguinte entre pequenos mas reconfortantes descansos...




Mas nas ruas é mesmo assim, e durante esses meses o olfato reduz-se ao intenso odor das colas, os olhos vidrados não enxergam mais do que as resmas e rolos de papel, e tudo quanto é dado ouvir é o experimentado e monocórdico lamento das tesouras, assaltado por breves instantes num resmalhar de papel de uma qualquer rosa que acabou de florir.




A azáfama é extenuante, o desejo de tudo estar graciosamente composto para as festas recompõe e domina sentimentos e só nesta resiliência que lhe conhecemos poderemos encontrar a natural explicação para esta cruzada.



Este mesmo espirito de entrega foi reconhecido com a distinção Iniciativa Turismo do Alentejo 2013, no âmbito da quarta edição dos Prémios Turismo do Alentejo, e com a atribuição do Prémio Evento Público 2013, no seguimento da Gala dos Eventos de 2014, como um justo elogio à vontade dedicação e amor que a população deposita, desde há gerações, na construção deste magnifico certame."

in http://www.cm-redondo.pt/pt/site-acontece/Eventos/Paginas/Ruas-Floridas-2015.aspx

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A felicidade está nos actos

Apesar de ser uma matéria em que penso que muitos poucos possam dizer que são peritos, pois a felicidade não tende a ser algo constante e da teoria à prática vai sempre uma grande diferença.
Há pequenas coisas que nós próprios sabemos que ajuda a estarmos bem, começando pelo facto de termos de parar de procurar a felicidade constante ou olhá-la como algo inatingível.

Viajar é um acto de felicidade para muitos, mas para tantas outras pessoas, há muito mais que nos pode fazer feliz. O que nós defendemos é a procura e a persistência pelo que nos faz bem! Aprender a olhar a vida e vivê-la enquanto cá estamos.  A felicidade está nos actos, aprendi-o há algum tempo atrás. Não está em palavras e promessas e acções que partem só da boca dos outros e de nós próprios. Se olharmos mais para as nossas acções e para as dos que nos querem bem, valem mais do que mil palavras.
O segredo para estarmos bem parte de 3 coisas simples: ouvirmo-nos mais, estarmos com as pessoas que gostamos e nos fazem felizes e dedicarmos mais tempo ao que gostamos, sem pensar muito no resto.

O acto de ser optimista pode-se trabalhar com força mental de vermos as coisas pelo outro lado. E isso leva-nos a acreditarmos sempre que conseguimos fazer o que queremos. Porque conseguimos. Se o quisermos mesmo.

Sorri. O ato de sorrir – sozinho, com amigos ou família – tem uma grande influência no humor e energia das pessoas.

Abre as cortinas e deixa a luz entrar: Os raios solares podem influenciar positivamente a tua vida e o humor.

Sai de casa. Apanhar ar, fazer actividades. O contacto com a Natureza ajudam sim.

Come mais verdes: Para além de fazerem bem à saúde, um estudo revela que alimentos como os espinafres e a couve são importantes para a saúde mental. O segredo está no ácido fólico presente nestes alimentos que segundo alguns especialistas reduz o risco de depressão.

Melhora a tua alimentação. Deixar certos alimentos que carregam dioxinas, químicos e outros produtos, influenciam sempre a nossa saúde e o nosso bem-estar. Carnes vermelhas, lacticínios, açúcar, alimentos processados já seria bom deixar para começar. E parece mais difícil do que é :)

Exercício físico: Diversos estudos revelam que a prática desportiva influencia positivamente o humor e disposição das pessoas. Isto deve-se às endorfinas que o nosso corpo liberta durante a atividade física.

Brinca com o teu animal de estimação. Dedica mais tempo a coisas que parecem não ter importância.

Faz mais pausas. É bom pararmos com todo o ritmo frenético à nossa volta, largarmos comunicações e passarmos mais tempo connosco. Aprender a fazer isso é a chave para estarmos bem também com os outros.

Chocolate preto 70% e sem açúcar: O chocolate contém triptófano que aumenta a produção de serotonina no cérebro humano, levando a uma maior sensação de felicidade. Um quadradinho não faz mal a ninguém.

Para tudo na vida, no meio e na moderação está a virtude!

sábado, 30 de janeiro de 2016

Pelo Douro Vinhateiro

Decidimos ir de fim-de-semana com um grupo de caminheiros (Caminhos com Carisma) e conhecer o Alto Douro Vinhateiro de uma forma diferente: a caminhar!
No final, revelou-se uma óptima decisão e uma boa experiência. A caminhar podemos observar tudo com mais calma e pormenor, podemos sentir cheiros, observar as cores, ouvir o silêncio no vale, parar e respirar!
 Região Vinhateira do Alto Douro ou Alto Douro Vinhateiro é uma área do nordeste de Portugal com mais de 26 mil hectares, classificada pela UNESCO, em 14 de Dezembro de 2001, como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural e rodeada de montanhas que lhe dão características muito particulares.
Esta região, que produz vinho há mais de 2000 anos, entre os quais, o mundialmente célebre vinho do Porto, merece realmente uma visita pela extraordinária beleza paisagística, sempre com o rio Douro como fundo, e para apreciação do maravilhoso trabalho humano com as vinhas pormenorizadamente alinhadas, fazendo desenhos geométricos ao longo das colinas.
Lá em baixo, no rio, os barcos passam e de vez em quando, o comboio interrompe o silêncio para nos lembrar do quão bonita deverá ser aquela viagem por túneis nas encostas e sempre junto ao rio. É uma paisagem romântica que no Outono se valoriza com as cores alaranjadas e vermelhas típicas da época, e com as nuvens baixas que, por vezes, cobrem as encostas e lhes dá um misticismo fotogénico.
Zé a partir amêndoas

Da natureza pudemos colher maçãs, marmelos, amêndoas, uvas, e apanhámos alguma chuva, que de vez em quando, não faz mal a ninguém. Gosto de a sentir, quando não é demasiada, faz-me simplificar tudo e não me importar com demasiada coisa a não ser caminhar e apreciar!
Em jeito de síntese, começámos a viagem fazendo Lisboa-Lamego, onde dormimos, para no dia seguinte seguirmos cedo para a vila do Pinhão.
Um dos painéis de azulejos do Pinhão
estação dos caminhos de ferro do Pinhão é conhecida pelos seus 24 painéis de azulejos, que retratam paisagens do Douro e aspectos das vindimasO caminho de ferro foi um dos motores de desenvolvimento do Pinhão, e foi por isso, a primeira freguesia do distrito de Vila Real a ter telefone, correio permanente, água canalizada e Casa do Povo.
Depois de deixarmos as coisas no hotel, seguimos para Ervedosa do Douro onde fizemos o percurso pedestre “Rota das Vinhas” de sensivelmente 17 km. Pelo percurso, corremos as vinhas, vemos o rio à espreita e vamos aos "ésses" entrando pela paisagem, observando as cores mudar e descendo até à Quinta de S. José, que visitámos, e onde ouvimos a explicação do actual enólogo e dono da propriedade, saboreando 3 dos seus vinhos aos quais ficámos rendidos pelo sabor realmente distinto do Vinho do Porto a que estávamos habituados. Subida de volta a Ervedosa e jantar pelo Pinhão.
Ervedosa do Douro
No dia seguinte, percurso pela Quinta das Carvalhas, localizada do outro lado da Ponte que nos leva ao Pinhão. Cerca de 10 km a percorrer uma propriedade única e antiga, desde a década de 1950 pertença da Real Companhia Velha.
Quinta das Carvalhas
Fomos acompanhados por um Engenheiro Agrónomo que deixava transparecer o seu gosto pelo trabalho e pela terra onde vive. Ama cada planta, conhece-as e respeita-as. Conta-nos os seus segredos e é impossível não sairmos de lá mais sensibilizados para com a Natureza e com aquilo que magnificamente nos pode dar.

"Visitar a Quinta das Carvalhas é ver o Douro por dentro – com os trabalhos da vinha (como a poda, a escava ou a vindima), a apanha da azeitona ou a reconstrução dos tradicionais muros de xisto – e os melhores ângulos da sua paisagem. É ver vinhas com mais de 80 anos e encostas com 70 graus de declive; é admirar os rios Douro e Torto; é desfrutar de fauna e da flora em simbiose: pela Quinta das Carvalhas, para além de vinha, estão espalhadas zonas de mata, floresta, olival e jardins, construídos com pedras de granito antigas e esteiros de xisto e onde foram plantadas várias espécies de flores, plantas e ervas aromáticas."
No final da visita, houve nova prova de vinho e depois seguiu-se um passeio, pelo Douro, em barco rabelo para montante em direção à foz do rio Tua. Através de um áudio-guia, foram-se avistando outras quintas vinhateiras com casas de sonho, isoladas nas encostas, socalcos até ao rio e vinhedos. Passámos a Quinta dos Alvedos (onde se filmou a parte final do flme português "A Gaiola Dourada") e foi-nos oferecido vinho da Quinta do Portal.
Santuário da Nossa Senhora dos Remédios - Lamego
Comboio no vale do Douro
A chuva chegou para anunciar o regresso a Lisboa, mas nós ainda voltámos a Lamego para lanchar e para subir os 613 degraus do Santuário da Nossa Senhora dos Remédios. Lamego é muito bonita, considerada uma cidade histórica e monumental, pois possui uma grande quantidade de monumentos, igrejas e casas brasonadas, o que a faz ter um bonito centro histórico. 
Vale a pena pensar seriamente numa visita a esta zona!
Curiosidades:
"Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), mais conhecido por Marquês de Pombal, viria a mudar a situação económica da região, ao criar a primeira região vitícola regulamentada do mundo, demarcando o Douro Vinhateiro (1757-1761), através da colocação de grandes marcos de granito, no terreno, com a palavra “Feitoria”. 
A paisagem atual da região do Douro, caracterizada pelos socalcos, foi construída durante a década de 70, com a aplicação de novas técnicas de plantio da vinha, em patamares, com muros de xisto a delimitar cada nível. Esta alteração da paisagem pela atividade humana, contribuiu para que o Alto Douro Vinhateiro fosse considerado Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, em 2001."